segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Morte Não Irá Se Impor

Poesia de Dylan Thomas

Traduzido por Marcelo Fernandes

No filme de 2002, Solaris, o personagem Kelvin lê uma poesia enquanto conversa com sua “esposa”. A poesia é a seguinte:

A morte não irá se impor
Quando já nus os mortos cuja ossada
Se une a quem vai no vento ou sobre nada
Ao luar ocidental não forem nada,
Estrelas brilharão em seu redor;
Mesmo os loucos, ficarão sãos
Mesmo os que sob o fundo do mar estão
irão levantar-se novamente
Mesmo os perdidos por falta de amor, irão se redimir
E a morte não irá se impor.

A morte não irá se impor.
Nem contra aqueles destroçados no mar
Nem contra aqueles que foram absorvidos pelo mar sombrio
Mesmo aqueles cansados de trabalhar
Sofrendo nas mãos das tempestades
Nem contra esses a morte irá se impor
Mesmo que somente sobre a fé
E contra todas as evidências
Vem a desgraça de cima a baixo
Mesmo assim a morte não irá se impor

A morte não irá se impor.
Mesmo não ouvindo mais as gaivotas a cantar
Ou rebentando costa afora o mar
Mas onde já floriu se ora ao azar
Da chuva nem há flor, mesmo se for
Cinzas às cinzas tudo que era
Cada feição deles aflora cinzelada ao sol
Enquanto houver sol numa flor
Enquanto houver um pouco de esperança
A morte não irá se impor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e