quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

Morrer é preciso: Fernando Pessoa

Num artigo muito interessante, Paulo Angelim, que é arquiteto, pós-graduado em marketing, dizia mais ou menos o seguinte: Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio. A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro. Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas. Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém. Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos. Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior. E qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim prejudicando nosso sucesso. Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam e acabam se transformando em projetos acabados, híbridos. Adultos infantilizados. Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que mantemos as virtudes de criança, que também são necessários: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos. Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "egoísmo" é o "egocentrismo", para que nasça o ser que você tanto deseja ser. Pense nisso e morra! Mas, não esqueça de nascer melhor ainda!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pedro Bial - Morte

Cissa Guimarães desabafa sobre a morte do filho Rafael Mascarenhas


Cissa Guimarães desabafa sobre a morte do filho Rafael Mascarenhas
Centenas de parentes, amigos e curiosos lotaram a Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, durante a missa de sétimo dia do filho da atriz, Rafael Mascarenhas
28/07/2010 - 10:32 - Extra

“A sensação que tenho é de que meu filho está mais vivo do que nunca. Quem morreu fui eu. Estamos falando da minha morte”, disse a atriz Cissa Guimarães, num desabafo emocionado à revista “Quem Acontece” sobre a perda do filho Rafael. Sobre os responsáveis pelo atropelamento e morte do jovem, ela disse que a vida deles está destruída:
- Eles estão nas trevas, na escuridão total – disse a atriz à revista “Quem”.

Poema sobre a morte


A velhice e a morte

Postado por Paulo Coelho em 31 de julho às 00:11 no site: www.g1.com.br/paulocoelho/

Quando ficamos velho, e estamos perto da morte, passamos a acreditar em qualquer coisa. Podemos durar mais cinco, dez, vinte anos - entretanto, com esta idade a gente termina entendendo que vai morrer.
Para os mais jovens, a morte é uma ideia remota, que pode acontecer um dia. Para os velhos, é algo que pode vir amanhã. Por isso, muitos velhos passam o tempo que lhes sobra olhando apenas numa direção: o passado.
Não é que gostem muito das lembranças; mas sabem que ali não vão encontrar o que temem.
Poucos velhos olham para o futuro, e quando fazem isso, descobrem o que o futuro realmente lhes reserva: a morte.

sábado, 26 de junho de 2010

Espanha promove a eutanásia em dois municípios madrilenhos


MADRI, quinta-feira, 17 de junho de 2010 (ZENIT.org) –

A Associação Direito de Morrer Dignamente gerencia dois serviços municipais de “assessoria cidadã por uma morte digna”, nos municípios de Rivas-Vaciamadrid e Getafe, ambos na Comunidade de Madri, Espanha, com uma posição ideológica a favor da eutanásia.

A Associação Direito de Morrer Dignamente (DMD), presidida pelo doutor Luis Montes (ex-chefe do Serviço de Urgências do Hospital Severo Ochoa) está encarregada, nas duas localidades madrilenas, das chamadas “assessorias cidadãs por uma morte digna”, aparentemente assessorias informativas nas quais se orienta sobre os direitos dos enfermos, familiares, pessoas idosas, etc, na etapa final ou ao término de sua vida, informou a ZENIT Ignacio Pascual, da organização Profissionais pela Ética.

Nessas oficinas se oferece aos cidadãos um documento conhecido como “testamento vital” ou “instruções prévias”, um modelo que parece seguir o espírito da lei que regula estes documentos: ajudar as pessoas a expressarem sua vontade diante das graves circunstâncias de saúde, quando não podem fazê-lo por si só.

Contudo, os Profissionais pela Ética garantem que este texto (que o cidadão firma voluntariamente) está ideologicamente posicionado a favor da eutanásia e, portanto, é tendencioso, já que expressamente afirma: “se para a então legislação é vigente o direito de morrer com dignidade mediante a eutanásia ativa, é minha vontade evitar todo tipo de sofrimento e morrer de forma rápida e sem dor de acordo com a lex artis ad hoc”.

Segundo a doutora Maria Alonso, médica da Família da Comunidade de Madri, a atitude diante do sofrimento nos estados terminais, segundo a lex artis, não consiste em acabar com a pessoa que sofre (eutanásia), mas com o sofrimento da pessoa, humanizando de forma especial a atenção desses momentos. “Por isso – afirma –, é contraditório utilizar a expressão lex artis quando se fala de um fim pela eutanásia”.

Portanto, a organização Profissionais pela Ética adverte que o documento que está sendo distribuído nas assessorias cidadãs está completamente preparado para influenciar no “consentimento” a favor da eutanásia. Neste sentido, limita o livre exercício da autonomia da vontade do paciente, um dos valores mais defendidos por todo nosso ordenamento jurídico.

Além disso, o documento da DMD estabelece que o signatário não desejará viver nas seguintes circunstâncias ... danos celebrais, demências, tumores, enfermidades crônicas ou degenerativas, estados vegetativos, acidentes cérebro-vasculares ou qualquer outro padecimento grave e irreversível.

O escrito também leva o cidadão a afirmar o seguinte: “... não desejo para mim uma vida dependente na qual necessito da ajuda de outras pessoas para realizar as ‘atividades básicas da vida diária’, tais como se banhar, se vestir, se alimentar e caminhar”.

“Diante destes tipos de expressões das pessoas que solicitam não querer mais viver”, garante a doutora Alonso, “a psiquiatria propõe uma abordagem mediante tratamento individualizado, com muito boa resposta habitualmente. Em quase todas as ocasiões se consegue que estas pessoas se sintam muito agradecidas pelo tratamento médico recebido e esqueçam seus desejos de morrer. Os sentimentos de desejar morrer diante da incapacidade de fazer atividades básicas normalmente cedem quando o enfermo deposita sua confiança nos profissionais da saúde e recebe ajuda e apoio de seus familiares e da sociedade”.

Por último, as pessoas que firmaram o documento solicitam expressamente que sejam administrados “os remédios para reduzir o sofrimento, mesmo que possam encurtar a vida, a sedação terminal, e seja permitido morrer em paz”.

Segundo a doutora Alonso, esta expressão introduz confusão entre sedação paliativa e sedação terminal. Na paliativa são usados remédios para aliviar o sofrimento de um paciente não necessariamente terminal; na sedação terminal ou na agonia, trata-se de um paciente que vai morrer em questão de horas ou dias. Se só falam da terminal significa que provavelmente o objetivo é terminar com a vida do paciente em horas.

Em todo caso, a organização Profissionais pela Ética recorda que, ainda que uma pessoa tenha firmado este modelo que opta pela morte em quase todas as circunstâncias, o médico, a equipe de saúde e quantas pessoas atenderem o paciente deverão respeitar as instruções prévias nos limites estabelecidos na lei e poderão exercer a objeção de consciência.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Como lidar com a morte do seu animal de estimação

Edlberto Rodrigues, Denise Fantoni, Teresinha Martins e Daniella Godoi são veterinários do primeiro ambulatório de cuidados paliativos para animais domésticos do Brasil. Eles amenizam o sofrimento de cães e gatos com doenças sem chance de cura. Mais do que isso: ajudam os donos a oferecer qualidade de vida e conforto para seus bichos de estimação quando mais precisam. Em um dos consultórios do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (USP), a palavra sacrifício é a última a ser ouvida. Lá, a perspectiva da morte é trabalhada, mas deixada em segundo plano. O importante é oferecer um final de vida com menos sofrimento possível para animais portadores de doenças crônico-degenerativas, como o câncer, e dor extrema. Raríssima em animais, a prática dos cuidados paliativos representa uma mudança na visão da medicina veterinária que costumava determinar a eutanásia como o destino natural de um bicho velho ou doente.

Estima-se que existam 33 milhões de cães e 17 milhões de gatos no Brasil. Em grande parte dos lares do país, o animal é visto como alguém da família. O problema é que a expectativa de vida dos bichos, mesmo sendo maior hoje em dia, é curta em relação ao tempo que o dono viverá. Mais cedo ou mais tarde, ele terá que lidar com a perda do animal querido. Pensando como os médicos veterinários poderiam ajudar nesse momento, a professora Denise Fantoni decidiu acompanhar em 2005 a rotina de pacientes terminais do Hospital das Clínicas de São Paulo. A experiência possibilitou ao grupo de estudos chefiado por ela na USP conhecer os caminhos para a melhoria da qualidade de vida de pacientes com esse perfil. Denise percebeu ali que poderia aplicar o conceito de cuidados paliativos no mundo animal.
No ambulatório do Hospital Veterinário da USP, todos os animais têm algum tipo de doença que os levará à morte. O tratamento realizado no local consiste, basicamente, em um trabalho de medicação e orientação. Os veterinários receitam remédios para que o bicho não sofra com as dores da doença, acompanham a evolução do quadro clínico e ensinam aos proprietários medidas simples para melhorar a rotina dos animais, como fazer a vontade deles sempre que possível. “Em geral, um cachorro deve ser alimentado com ração. Mas nesse momento da vida isso deixa de fazer sentido”, diz Denise Fantoni. “Se ele gosta mais de comer carne ou macarrão, orientamos o dono a dar ao bicho o que ele quer.” Outro tipo de medida ensinada no ambulatório refere-se ao lugar em que o animal passará a maior parte do tempo. “É importante nessa escolha levar em conta o aumento da proximidade do cão com as pessoas da casa”, afirma Teresinha Martins, colaboradora do programa e veterinária. “Não é porque ele está com uma doença que deve ficar no quintal sozinho. Trazê-lo para dentro e dar muito carinho são essenciais.”

A equipe ainda recomenda aos proprietários rigor com o horário das medicações. Caso contrário, as dores – e o sofrimento do bicho – podem piorar. Os pacientes são acompanhados de perto pelos veterinários do ambulatório por meio de consultas semanais, quinzenais ou mensais. Dependendo do caso, eles fornecem seus telefones para que possam ser informados pelos donos sobre a evolução da doença.

A base dos cuidados paliativos no Hospital Veterinário da USP está em um questionário elaborado pela professora Denise e por sua ex-doutoranda, a veterinária Karina Yazbek. Ele é composto por doze perguntas feitas ao proprietário do animal a cada consulta (ver quadro abaixo). As questões avaliam a disposição do bicho para comer, brincar, andar e dormir, entre outros aspectos. O seu resultado pode determinar a alteração ou não do tratamento. “É através das respostas que a equipe avalia se as medicações estão surtindo efeito para conter a dor”, diz Daniella Godoi, veterinária e outra colaboradora da equipe. “Se notarmos que não existe mais qualidade de vida para o bicho, a eutanásia se torna a única alternativa para acabar com o seu sofrimento.”

É quando a morte, até então em segundo plano no ambulatório, adquire forma. Vista por alguns como um fracasso, ela é enxergada pelos veterinários como a chave dos cuidados paliativos: “A morte não é um fracasso para o médico. Fracasso é não tratar o bicho com dignidade e respeito quando ele está à beira da morte. Nosso trabalho não é acrescentar dias de vida ao bicho, mas dar qualidade de vida aos poucos dias que ele tem”, afirma Teresinha.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Doente partilhou a morte na internet

Vencedora de um concurso de misses, Eva Markvoort sonhava ser atriz. Morreu de fibrose cística em Março e partilhou num blogue os últimos momentos de vida e dois anos de sofrimento no hospital. Veja o vídeo de despedida.
"Olá, mundo", disse Eva para a câmara, numa cama de hospital e rodeada pela família. "Blog, amigos, todos vocês: tenho notícias para vos dar. É difícil de ouvir, mas consigo dizê-lo com um sorriso. A minha vida está a chegar ao fim".

Eva Markvoort sofria de fibrose cística, uma doença hereditária incurável cujos principais sintomas são a formação de cistos no pâncreas e a acumulação de muco nos pulmões. Sempre com esperança de receber um segundo transplante duplo de pulmões, ainda que essa fosse uma hipótese improvável, a jovem documentou a evolução da doença num blog.
O "65_RedRoses" ("65 Rosas Vermelhas"), o diário digital de Eva, foi iniciado em 2006, para combater o isolamento a que os hospitais obrigam os doentes com fibrose cística devido ao risco de infecção. Eva, que ficava sozinha depois da hora de visita, começou a procurar outros pacientes através da Internet.
O nome do blog teve origem na dificuldade que Eva tinha, quando era pequena, de pronunciar o nome da doença ("cystic fibrosis", em inglês), dizendo, como é comum nas crianças com a doença, "sixty-five roses". Markvoort adicionou, posteriormente, a sua cor favorita, o vermelho, ao nome do blog.
Eva Markvoort foi, ainda, tema de um documentário canadiano com o mesmo nome do blog, que mostrava a luta diária com a fibrose cística: as tosses violentas, os vômitos, os tratamentos difíceis, a espera pelo transplante duplo de pulmões. O documentário acabou com a confirmação do transplante, um sinal de que a jovem estaria prestes a começar a sua recuperação.
No entanto, pouco menos de dois anos após a operação, o corpo começou a rejeitar os pulmões e Eva voltou a ressentir-se. Muitos dos seus posts e vídeos no blog estavam intercalados com manifestações súbitas da doença.
Apesar da condição física ter piorado, Eva nunca desistia da vida ou se isolava. Numa das entradas de vídeo do "65_RedRoses", diz: "Sinto-me uma felizarda, porque amei mais do que possam pensar ou imaginar. Por isso festejo isso: festejo a minha vida".

O testemunho de Eva Markvoort gerou uma onda de solidariedade um pouco por todo o mundo, desde os EUA à Polônia. Através do blog, a jovem lutou para que a população em geral se conscientizasse para a doença de que padecia e da necessidade da doação de órgãos.
"Senti-me muito egoísta quando li o teu blog, porque fumei durante anos, tomando os meus pulmões como garantidos. Ajudaste-me a deixar o pior hábito que alguma vez time", escreveu, uma vez, um visitante do "65_RedRoses", citado pela CNN.
Partilhar a doença
De acordo com a CNN, a partilha pública dos últimos dias de vida é uma forma de quebrar o estigma da morte para o resto das pessoas, dizem os médicos que tratam de pacientes terminais.
"Na última década assistimos a mudança de uma cultura bastante fechada à ideia da morte para uma que partilha as últimas experiências", explicou Chris Feudtner, diretor de pesquisa dos Serviços de Cuidados Paliativos do Hospital Pediátrico de Filadélfia, nos EUA. "As pessoas pensam: "Ainda estou viva. Não quero estar fechada, quero uma ligação. Quero partilhar a minha aprendizagem ao longo desta viagem".
O blog de Eva Markvoort não foi o primeiro a divulgar publicamente o sofrimento de pacientes de doenças graves. Miles Levin, um jovem de 18 anos falecido em 2007 com um tipo de cancro raro, e Michelle Lyn Mayer, de 39 anos, que morreu em 2008 com escleroderma, também partilharam os seus pensamentos sobre vida e morte em diários digitais.
Num caso um pouco mais divulgado mediaticamente, também Jade Goody, uma concorrente do Big Brother inglês, decidiu divulgar publicamente o cancro do útero de que sofria e a progressão da doença, ainda que com objetivo de angariar dinheiro que garantisse o futuro dos dois filhos depois de morrer.

JORNAL DE NOTÍCIAS
11/05/2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mãe antecipa parto para atender desejo de filho com doença grave

Bebê britânico deverá nascer três semanas antes do previsto para que irmão com câncer possa segurá-lo.

BBC

O menino Pierce White-Carter.O menino Pierce White-Carter. (Foto: BBC)

Uma mulher na Grã-Bretanha deverá se submeter a um parto induzido três semanas antes do previsto para atender a um pedido do filho de oito anos que tem câncer.

Pierce White-Carter tem um neuroblastoma, um tipo agressivo de câncer que afeta, principalmente, as células do sistema nervoso periférico. Um tratamento de quimioterapia fracassou e os médicos acreditam que ele tenha poucas semanas de vida.

No topo da lista de coisas que o menino quer fazer antes de morrer está segurar o novo irmão ou irmã nos braços.

O parto induzido da mãe de Pierce, Rebecca White, de 27 anos, está programado para ocorrer dentro de duas semanas.

'Dignidade'

Os pais de Pierce decidiram suspender a quimioterapia depois de informados de que o tratamento não estava surtindo efeito.

Rebecca White, mãe do garoto.Rebecca White, mãe do garoto. (Foto: BBC)

"Nós decidimos que é melhor que ele morra com um pouco de dignidade", disse White à BBC.

"Nós conversamos com ele sobre isso e ele disse que aguentou o suficiente, que não quer mais. Está cansado."

Para a mãe, Pierce não é apenas um filho, mas seu "melhor amigo".

"Eu e ele fazíamos tudo juntos. É duro saber que não vamos poder fazer isso por muito tempo."

White disse que os médicos concordaram com o parto prematuro e receitaram esteroides para garantir que os pulmões do bebê - o quinto filho do casal - estejam formados.

Pierce, recentemente, riscou um dos itens de sua lista do que fazer antes de morrer ao atuar como mascote de seu time favorito de rugby, Huddersfield Giants.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Apresentador é preso após revelar na TV ter matado parceiro com Aids

Um apresentador da BBC que revelou ter sufocado seu ex-parceiro que sofria de Aids para poupá-lo de uma "dor terrível" foi preso nesta quarta-feira.
Ray Gosling, de 70 anos, contou aos telespectadores do programa Inside Out que tinha um pacto com seu antigo parceiro - cujo nome não revelou - de pôr fim à vida dele caso a dor da doença se tornasse insuportável e não houvesse mais esperança de tratamento. O programa foi ao ar na segunda-feira.
Em seu programa, que abordou o tema da morte, o apresentador de Nottingham disse que o momento chegou quando médicos comunicaram que não havia mais opções para reverter a doença.
"Eu disse ao médico: 'Deixe-nos a sós apenas um momento', e ele nos deixou. Eu peguei o travesseiro e o sufoquei até a morte. Não tenho remorso. Fiz o certo", revelou Gosling.
Na manhã de terça-feira, após a exibição do programa, a polícia de Nottinghamshire tinha anunciado a instauração de um inquérito sobre o caso. Um porta-voz da BBC disse que a empresa não sabia da confissão até o momento de o programa ter ido ao ar.
Horas antes, em um programa matinal da BBC, o apresentador havia afirmado que estava consciente das implicações - inclusive criminais - da revelação.
"Quando você ama alguém, é difícil vê-lo sofrer. Minha impressão sobre a eutanásia é como gelatina - balança de um lado para o outro. Agora é o momento de compartilhar um segredo mantido sob sigilo por muito tempo", declarou Gosling.
O apresentador afirmou que alguns membros da família de seu ex-parceiro sabiam do episódio, mas não imaginou que sua confissão fosse ser transmitida em rede nacional e ganhar o mundo.
Gosling disse que decidiu contar seu segredo para o seu público da região de East Midlands porque tem uma "relação íntima" com os telespectadores.
Experiência
O editor do programa Inside Out em East Midlands, Tony Rowe, disse que a decisão de Gosling de revelar seu segredo veio a partir da experiência de fazer um programa sobre a morte, em que ele entrevistou, entre outras pessoas, uma mulher responsável pelo marido que sofre do mal de Alzheimer.
"Ele conversou com tanta gente sobre suas experiências ao longo da produção do programa que achou que seria desonesto não falar da sua própria", disse Rowe. "Fomos muito cuidadosos para garantir que ele estava ciente de quanto ele estava se expondo."
"Em 20 anos de documentário, foi provavelmente o filme mais forte em que já estive envolvido."
O suicídio assistido é crime na Grã-Bretanha, mas novas diretrizes publicadas em setembro pelas autoridades judiciais estabelecem fatores que influenciam a decisão de abrir ou não um processo em diferentes casos na Inglaterra e no País de Gales.
No mês passado, Kay Gilderdale, 55, de Stonegate, em East Sussex, foi absolvida da acusação de tentar matar sua filha de 31 anos, que estava seriamente doente e já havia tentado pôr fim à sua vida antes.
Dias antes, outra mãe, Francês Inglis, 57, de Londres, foi condenada a nove anos de prisão por assassinato por ter injetado uma dose letal de heroína em seu filho Thomas, que sofria de danos cerebrais.
BBC Brasil

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Americana ganha diploma de professora aos 100 anos e morre no dia seguinte


Harriet Richardson Ames disse estar feliz por realizar um velho sonho.
Ela sempre ensinou, mas só conseguiu se formar oficialmente agora.


A norte-americana Harriet Richardson Ames formou-se bacharel em educação aos 100 anos, na última sexta-feira (22) no estado americano de New Hampshire, mas não "aproveitou" o diploma: ela morreu no dia seguinte.

Harriet morreu três semanas depois de completar seu centésimo aniversário, em 2 de janeiro. Ela recebeu o diploma de professora, um velho sono, em sua cama, pouco antes de morrer.

A professora aposentada se disse feliz por ter conseguido seu objetivo, segundo sua filha.

"Ela disse que tinha uma lista de objetivos na vida, e que este era o último", afirmou a filha, Marjorie Carpenter.

Harriet Richardson Ames em foto sem data determinada. (Foto: AP)

Harriet tinha um certificado de professora que ganhou em 1931, após ter estudado dois anos na Keene Normal School, hoje Keene State College.

Com ele, deu aulas em uma pequena escola em South Newbury, e depois passou 20 anos como diretora de ensino na Memorial School, em Pittsfield.

Ao longo dos anos, ela foi tendo aulas na Universidade de New Hampshire, na Plymouth Teachers College e na Keene State para angariar créditos para conseguir o diploma de curso superior.

Mas, com problemas de vista, ela teve de parar com as aulas depois da aposentadoria, em 1971. Ela nunca teve certeza se tinha obtido os créditos necessários para garantir o diploma.

Seu antigo desejo por se formar oficialmente veio à tona quando um professor de cinema entrevistou-a, em 2008, para um documentário sobre o centenário do colégio, celebrado no ano seguinte.

A escola então resolveu revirar seus registros e descobrir se Harriet tinha direito ao tão desejado diploma. Durante um mês, os responsáveis trabalharam rápido e chegaram à conclusão que sim.

"Ela queria ser o melhor que ela podia ser", disse Norma Walker, coordenadora de um grupo que reune ex-alunos.

Segundo Norma, Harriet disse, durante uma visita recente que, se morresse no dia seguinte ao dia em que se formasse oficialmente, morreria feliz, porque seu diploma "estava a caminho".

Os responsáveis da escola entregaram o diploma a Harriet em sua cama, na última sexta.

Norma, que conheceu Harriet em 1997 em um encontro de ex-alunos, disse que gostava de ouvir a idosa falar sobre seus alunos e sobre como ela os encorajava a ler.

"Ela é o tipo de pessoa que todo pais gostaria de ter como professora de seus filhos", disse Norma.

Norma afirmou que vai ler o conteúdo do diploma de Harriet durante suas cerimônias fúnebres, no próximo sábado. "Isso se eu não chorar", disse.

Paula Finnegan Dickinson, ex-aluna de Harriet em 1956 e hoje também professora, lembra da idosa como uma mentora e uma amiga querida.

"Com seu entusiasmo, os personagens dos livros viviam", disse. "Ela nos mostrou como a leitura abria as portas para outras experiências que nós jamais teríamos conhecido."

Da AP