quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Enfermaria em São Paulo atende pacientes em cuidados paliativos

Pela primeira vez, uma equipe de TV entra na Enfermaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Estadual, em São Paulo. Médicos e enfermeiros ajudam pacientes a ter bons dias antes da morte.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1176736-7823-ENFERMARIA+EM+SAO+PAULO+CUIDA+DE+PACIENTES+TERMINAIS,00.html

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Divulgação de carta alarma especialistas

Psicanalistas e psicólogos criticam gesto da família de liberar documento

O gesto da família da atriz Leila Lopes de divulgar trechos da carta que ela deixou ao se suicidar alarmou especialistas. Eles entendem que a leitura do documento pode estimular pessoas em sofrimento psíquico a repetir o ato.

Os trechos da carta foram liberados pela família de Leila, encontrada morta na quinta-feira passada, e tiveram divulgação ontem em alguns sites e agências de notícias. Tradicionalmente, a imprensa brasileira não publica informação sobre suicídios. O pacto não escrito assenta-se na percepção de que a divulgação dos atos incentiva novas mortes.

O psicanalista Mário Corso considerou grave o precedente.

– Não tem de publicar isso. Não é esclarecedor e não traz vantagem para ninguém. A pessoa deprimida que lê a carta pode se sentir traduzida e motivada por ela. Quem está namorando a ideia da morte e vê esse exemplo, pode reunir coragem – alerta.

O fato de se tratar de uma pessoa famosa, diz Corso, amplifica o risco da divulgação da carta. O psicanalista observa que, no imaginário popular, virar artista da Globo e ser reconhecido na rua, como Leila, representa o ápice do sucesso.

– A pessoa pensa: se ela que é famosa e linda se mata, por que eu que não sou nada disso não vou me matar? – diz o especialista.

Famosos podem influenciar as pessoas, diz especialista

O chefe de saúde mental do Hospital de Pronto Socorro, Jair Segal, também ressalta que a divulgação da carta de Leila Lopes, por ser uma pessoa nacionalmente conhecida, pode influenciar milhares de pessoas por todo o país:

– Pode ser uma escolha, uma definição de problemas para muita gente.

Para Segal, a escolha da família em mostrar detalhes das últimas palavras escritas pela atriz é uma forma de alívio.

– Eles podem estar se sentindo culpados por não ter conseguido impedir. É claro que não têm culpa, mas serve de purgatório – analisa.

A doutora em psicologia Blanca Susana Guevara Werlang, coordenadora do Grupo de Prevenção e Intervenção em Comportamento Violento da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), defende que os meios de comunicação devem falar em suicídio, mas sempre no viés recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): de orientação, educação e prevenção. A especialista concorda que a divulgação de informações como a carta de Leila Lopes é de risco.

– Pode ser um disparador para quem está em situação de vulnerabildiade. Até se pode publicar que a pessoa deixou uma carta, mas não o teor dela. É preciso ter muito cuidado com isso – avalia.