segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sobre Solaris

Solaris,


Imagine um planeta descoberto quase por acaso, um planeta que possui um imenso oceano, não se divisa terra firme. Mas um oceano complexo, vivo, dotado de inteligência. Esse é o desafio que Stanislaw Lem, escritor polonês, propõe no seu livro de 1961.

Não há meio termo, ou se odeia ou se admira Solaris. Na verdade, trata-se de uma obra de ficção que nos remete a um profundo questionamento da nossa própria psique.
O filme foi produzido pelo cineasta russo Andrei Tarkovski, estreou em 13 de maio de 1972 no Festival de Cannes, no qual foi agraciado com o Prêmio Especial do Júri. Em 2002, foi realizada, nos Estados Unidos, uma outra versão, dirigida por Steven Soderbergh, que reacendeu o interesse pelo texto de Lem.
Para analisar as implicações psicológicas do filme, buscamos o ensaio do doutor Rafael Raffaelli que remete a uma interpretação de Carl Gustav Jung. O eixo teórico reside na inter-relação entre episteme (conhecimento) e processo de individuação (autoconhecimento), com ênfase na questão do arquétipo do si-mesmo, tal como concebido na perspectiva junguiana. Três questões são trabalhadas: a) Quais as referências históricas e filosóficas presentes na narrativa? b) Como os personagens e as situações narradas podem ser interpretados a partir das formulações teóricas junguianas? e c) Como se conectam nessa interpretação o conhecimento e o autoconhecimento?
A trama da obra gira em torno aos estranhos fenômenos que acontecem na estação espacial Solaris. Kelvin é enviado à estação para averiguar esses fenômenos e avaliar a conveniência do seu abandono. Já na estação, fica sabendo que um dos três cientistas-tripulantes se suicidou (seu amigo Gibarian); os outros dois (Snout e Sartorius) agem de modo suspeito. A causa dessa situação são as criaturas-psi – corporificações de memórias ou desejos – que surgem inopinadamente aos tripulantes durante o sono. Logo após sua chegada, Kelvin entra em contato com a materialização de Hari, sua ex-mulher que se suicidara na Terra.
O centro da narrativa é o oceano, um ser ininteligível que teima na sua solidão, com o qual se procura obter contato a gerações, sem sucesso. O oceano recobre inteiramente o planeta Solaris e acima dele orbita a estação espacial homônima habitada por alguns cientistas ligados à "Solarística", isto é, ao ramo da Ciência dedicado unicamente ao estudo de Solaris. O oceano é considerado uma forma primitiva de evolução para os biólogos, mas para os físicos, ele é visto como uma estrutura orgânica complexa, capaz de exercer influência sobre a órbita do planeta.
Ao contrário dos organismos terrestres, ele não levara centenas de milhões de anos para adaptar-se ao meio ambiente – culminando nos primeiros representantes de uma espécie dotada de razão –, mas dominara-o imediatamente.
Podemos pensar no oceano como uma metáfora do inconsciente ou, numa formulação mais precisa, como o si-mesmo, o centro da psique na teoria junguiana, "aquela indescritível totalidade (ou inteireza) do homem que não pode ser visualizada, mas que é indispensável como conceito intuitivo" . A sua evolução lembra a espontaneidade do surgimento dos arquétipos, que se apresentam sob um caráter numinoso, "que poderíamos definir como 'espiritual', para não dizer 'mágico'"
Sob a superfície do oceano nada pode ser observado, embora a função inconsciente continue atuando sem que o ego perceba. O ego fica restrito à visão da superfície, captando certos sinais – como nos sonhos ou nos sintomas – sem que possa decifrá-los.
O texto da novela sublinha o dilema de uma ciência ("Solarística"), que não pode aceitar a existência de fenômenos que superem a sua capacidade de compreensão numa determinada época e, dessa forma, o excesso é tratado como mito. A resposta racional ao desconhecido é a especialização do saber. Assim, reconhecida a diversidade do mundo e sua infinita complexidade, resta dividir o conhecimento em áreas praticamente estanques –tentando cada qual sua verdade particular e carente de síntese –, nas quais os enigmas tornam-se problemas científicos, sem que com isso sejam solucionados.
A falta de um sentido de comunhão com o cosmos, a incapacidade humana de se ver como parte integrante da Natureza, impossibilita a compreensão de que aquilo que procuramos fora, no mundo exterior – isto é, no planeta Solaris –, é um reflexo do Homem. O si-mesmo, representação última do ser, é tanto fonte da humanidade como do mundo, pois ultrapassa as fronteiras do psíquico: "A individuação não exclui o mundo; pelo contrário, o engloba".
O oceano seria, assim, a representação do arquétipo central, de tudo de misterioso e enigmático que encontramos nas entranhas de nosso próprio ser e no mundo, sobre o qual nada de positivo pode ser dito.
Muitas vezes, temos a impressão de que a psique pessoal galopa em torno desse ponto central como um animal assustado, ao mesmo tempo, fascinado e temeroso; embora fuja constantemente, cada vez mais se aproxima do centro. Não quero dar ensejos a mal-entendidos, nem quero que pensem que sei algo a respeito da natureza do "centro", pois este é simplesmente incognoscível. E a compreensão do si-mesmo ocorre pelo simbolismo que ele elicia, transformando determinadas manifestações culturais e certos objetos – ou imagens (formas) deles derivadas – em representações da totalidade.
O oceano – o centro da personalidade – é tomado ora como um sábio, que despreza o contato, ora como um autista, incapaz de se comunicar . Há aqueles que encaram o Homem como uma tabula rasa. Há aqueles que negam o inconsciente. Há aqueles que crêem que do íntimo do Homem só brote a violência e o sexo. Inversamente, há também aqueles que, endeusando e mitificando o si-mesmo, buscam estabelecer o contato com o centro da personalidade através do misticismo, dos regimes alimentares, dos exercícios físicos, da submissão a um guru ou a uma seita – "tudo isto porque não se consegue mais conviver consigo mesmo e porque falta fé em que algo de útil possa brotar de nossa própria alma" (Jung, 1994, p. 109). Tanto o realismo como o misticismo falham em procurar nos mecanismos e processos exteriores a chave para o conhecimento do si-mesmo.
As categorias de espaço, tempo e causalidade não se aplicam ao oceano, que existiria eternamente igual a si-mesmo, do mesmo modo que o inconsciente, que existe de forma "transespacial" e "transtemporal", correspondendo àquilo que se qualifica simbolicamente como "eternidade". Mas a dúvida fundamental da "Solarística" era saber se o oceano era consciente e se era possível comunicar-se com ele. Poder-se-ia falar em "pensamento" em relação às atividades do oceano? Lem descreve essas atividades como sendo uma "autometamorfose ontológica", contudo, "é uma montanha somente uma imensa pedra? É um planeta uma enorme montanha?" .
Primeiramente, pensou-se em estabelecer contato através de uma curiosa propriedade do oceano, sua propensão à imitação de objetos, expressa nas "formações mimóides que poderia ser entendida como uma tendência à repetição inconsciente. Essa característica do oceano – sua suposta gratuidade somada à complexidade de configuração – é um símile do processo inconsciente, no qual as imagens são 'copiadas' e reelaboradas gerando figuras de pesadelo, aparentemente destituídas de sentido.
Com o fracasso da análise dos "mimóides", a única indicação de contato eram os estranhos fenômenos que ocorriam com os tripulantes, à sua revelia, e que ameaçavam levar a estação orbital ao colapso. A "Solarística" chega a um impasse após anos de pesquisa infrutífera e necessita do concurso de um psicólogo (Kelvin) para discriminar o delírio da realidade, a alucinação da percepção verdadeira, socialmente estabelecida, e avaliar a conveniência da continuidade dos trabalhos de pesquisa na estação. Mas ele também se confronta com seus próprios complexos, minando a persona racionalista do psicólogo que analisa os delírios alheios.
O filme enfatiza a incapacidade do relato exato da percepção, como no deslocamento temporal do depoimento do piloto à comissão científica – do meio para o início da narrativa –, que visa a salientar esse aspecto. Percepções que não se conformam com a normalidade são consideradas alucinações. As imagens conscientes são a expressão cognitiva do indivíduo ou da coletividade que a produz e sua ruptura abre uma fenda, através da qual pode se expressar o símbolo, acercando-se do inconsciente. O descompasso entre a percepção do piloto (Burton) e a racionalidade fria de Kelvin coloca os limites da ação do próprio personagem. O psicólogo sabe distinguir o que é realidade e o que é alucinação? Em qual sentido?
No entanto, esse psicólogo, que se pretende racional, é colocado em meio às suas próprias angústias, sendo confrontado com a cópia feita de neutrinos ("criatura-psi") de Hari. Culpa reprimida surge como imagem irreprimível. Um tormento de consciência em que só a aceitação da limitação da racionalidade absolutista permite a Kelvin reconsiderar sua própria existência e sua relação com o Outro.
Pois nenhum conhecimento real advém sem que seja acompanhado de um autoconhecimento correspondente. Olhar para o oceano como um objeto a ser analisado não o torna capaz de penetrar nas entranhas da criação de seus próprios pensamentos desconexos, visto que, debaixo do feixe aparentemente monolítico da consciência vígil, residem idéias divergentes, contraditórias, angustiadas, esperando pacientemente a hora do sono, para poderem ser representadas em imagens oníricas.
O oceano presenteia o psicólogo com a consciência de sua própria elaboração psíquica – oriunda das esferas desejantes dos complexos – que, agindo no âmago de seu inconsciente, gera os fantasmas presentes na sua sombra. E essa purgação, finalmente, abre o caminho para a espiritualidade: "Às vezes, a consciência se acha na proximidade dos processos instintivos, e cai sob sua influência; outras vezes, ela se aproxima do outro extremo onde o espírito predomina" .
Quando Kelvin é "visitado" por suas memórias culposas, sua primeira reação é encarar o fato da perspectiva do ego. "Estarei ficando louco?" – é a pergunta que se faz. E, aparentemente, a única solução é estabelecer parâmetros de realidade, de realidade controlada, realidade científica. Mas ele dá-se conta da impossibilidade de controlar seus próprios pensamentos.
Mesmo enquanto sonhamos, quando estamos em perfeita saúde, conversamos com estranhos, fazemos-lhes perguntas e ouvimos suas respostas. Além disso, embora nossos interlocutores sejam, na realidade, criações de nossa própria atividade psíquica, desenvolvidas por um processo pseudo-independente, não sabemos que palavras sairão de seus lábios até que falem conosco. E, no entanto, essas palavras são formuladas por uma parte separada da nossa própria mente; por conseguinte, devemos estar conscientes delas no exato momento em que as arquitetamos a fim de colocá-las na boca de seres imaginários.
O que é sonho, o que é realidade? Kelvin mergulha nessa dúvida existencial, quando sua percepção já não dá conta de separá-los.
Entretanto, o processo de autoconhecimento ou de individuação só evolui quando se aceita a incapacidade do ego de controlar o todo da personalidade, superando os limites do inconsciente pessoal: "O si-mesmo, em sua totalidade, se situa além dos limites pessoais"
Desse modo, o ego deve superar os complexos presentes em seu inconsciente pessoal ou sombra e estabelecer um contato com as imagens arquetípicas através de sua anima ou animus. O contato com o si-mesmo é guiado pelas personalidades-mana4 ou iniciáticas: o herói, a sacerdotisa, o velho sábio, a feiticeira, entre outras representações. Essas personalidades-mana é que estabelecem o eixo ego–si-mesmo, quer dizer, a abertura consciente para o centro da personalidade. As criaturas-psi refletem, inicialmente, os complexos do inconsciente pessoal dos astronautas em Solaris, mas já contêm, in nuce, o princípio da transmutação psíquica, pois podem metamorfosear-se em personalidades-mana, possibilitando o contato entre o ego e o si-mesmo. Nessa perspectiva, Hari representa, primeiramente, a culpa reprimida na sombra e, depois, assume o papel de anima positiva ou caráter de transformação positivo para a personalidade de Kelvin.
Kelvin toma contato com seu lado negro e torna-se mais humano, ao se perceber falível e fragilizado. Kelvin, que a princípio parecia ser um personagem limitado e medíocre, revela-se possuído por "tabus" profundamente humanos, que o tornam organicamente incapaz de desobedecer à voz da sua própria consciência e de se esquivar ao pesado fardo da responsabilidade pela sua vida e pela dos outros. Kelvin é, assim, obrigado a reconhecer os sintomas a que está sujeito como resultado da atuação de seus complexos e os limites da racionalidade na psicologia, "cujo objeto exorbita os dois aspectos que nos são transmitidos através da percepção sensorial e do pensamento" .
E toda a pesquisa, toda exploração é também pesquisa e exploração do próprio self. Para onde quer que vamos – ao mais longínquo rincão do espaço – estamos sempre em confronto com nossos "fantasmas", que viajam conosco, espelhando aquilo que não queremos ver: "Não temos necessidade de outros mundos. Precisamos de espelhos" .
O Homem busca a fonte da luz, a episteme, mas onde existe luz, existirá também a sombra: "A luz e a sombra formam uma unidade paradoxal no si-mesmo empírico". Assim, os cientistas de Solaris começam a tomar consciência de que seus métodos intrusivos de investigação apresentam efeitos inesperados.
Mas Kelvin, realista convicto, tenta livrar-se, fisicamente, de seus problemas, como quem faz uma lobotomia, realizando um "divórcio por ejeção" enviando a réplica de sua finada esposa num foguete rumo ao nada. Mas essa "cura" não durará muito. A tentativa de anular o mistério, de negar a transcendência do fenômeno, provoca uma supressão do sintoma, mas o preço é o recalque dos aspectos mais essenciais da personalidade. Mas em Solaris o reprimido sempre retorna.
O oceano é, sem dúvida, a origem das criaturas-psi. Mas, frente à impossibilidade de se livrarem dos incômodos visitantes, os cientistas debatem inconclusivamente sobre o seu significado, concordando apenas que "são somente projeções materializadas por nossos cérebros, baseadas em um dado indivíduo" .
Quanto mais Kelvin mergulha nessas indagações, mais sua consciência se obnubila, retornando ao estado sonambúlico no qual se misturam a alucinação e a realidade. Ele dá-se conta, enfim, de sua incapacidade de solucionar o enigma, quando escuta a gravação que seu amigo Gibarian havia deixado antes de se suicidar.
Frente à impossibilidade de fazer cessarem as aparições de Hari, Kelvin conforma-se com seu destino e deixa de negá-la. Ao contrário, passa a amá-la, mesmo sabendo que ela provém do oceano, que é uma cópia feita de neutrinos, quer dizer, que é uma imagem provinda do centro de sua personalidade. Hari, contaminada pela dúvida, tenta até o suicídio, mas a imagem do mensageiro não tem o poder de autodestruir-se. Ganhando estatura humana, mesmo não sendo biologicamente humana, filosofa sobre sua composição e sua existência: "Ouvi o bastante para compreender que não sou um ser humano, sou apenas um instrumento".
Finalmente, numa última tentativa, os cientistas resolvem enviar em direção ao oceano os encefalogramas de cada um deles. É, nesse momento, que o psicólogo reconhece o dinamismo autônomo da psique e trava contato, então, com os aspectos ameaçadores que o encontro com o si-mesmo propicia. No entanto, superados os complexos, as criaturas-psi deixam de ser lembranças malquistas e são reconhecidas como componentes de sua própria personalidade e, assim, perdem razão de ser e desaparecem. Realizada a ligação entre o eu e o si-mesmo, cumprida a sua função de personalidade-mana ou iniciatória, os fantasmas se dissolvem, e o oceano – o self – pode ser reconhecido como o centro da personalidade.
No filme de Tarkovski – num movimento de câmera em zoom-out – surgem nesse momento ilhas na superfície do oceano, indicando um espaço possível da consciência, um locus propício a toda recordação, onde o personagem pode voltar ao tempo idílico de um passado morto. Numa dessas ilhas, Kelvin reencontra a datcha do início do filme, a casa ancestral – que tem raízes no inconsciente coletivo, pois fora projetada segundo o modelo da casa de seu bisavô. Agora é inverno, sua vida completa o ciclo. Seu pai, abandonado por ele na Terra, está dentro da casa e a chuva o molha. Simbolicamente, é a união da vida – a Grande Mãe – com a imago paterna, manifestação da totalidade. O psicólogo que negava o passado, conscientiza-se da inversão do momento e ajoelha-se para pedir o perdão do pai. Mas, ao recuperar o seu passado, ele o percebe ilusório, pois tudo isso ocorre numa condensação circunstancial do oceano – uma nesga de consciência que se diferenciou do inconsciente primordial.
A mensagem final do oceano é a da impermanência de toda representação, de toda materialidade representada, colocando em seu lugar a consciência da mortalidade e da dissolução.
No entendimento do diretor russo, a obra possui um claro significado: Solaris tratava de pessoas perdidas no Cosmo e obrigadas, querendo ou não, a adquirir e dominar mais uma porção de conhecimento. A ânsia infinita do homem por conhecimento, que lhe foi dada gratuitamente, é uma fonte de grande tensão, pois traz consigo ansiedade constante, sofrimento, pesar e desilusão, já que a verdade última nunca pode ser conhecida.
O conhecimento de que se trata não é o conhecimento técnico e dirigido a controlar o mundo externo, mas o autoconhecimento que propicia uma expansão da consciência.
Além disso, foi dada uma consciência ao homem, o que significa que ele é atormentado quando suas ações infringem a lei moral, e, nesse sentido, até mesmo a consciência envolve um elemento de tragédia. Os personagens de Solaris eram atormentados por desilusões, e a saída que lhes oferecemos era demasiado ilusória. Baseava-se em sonhos, na oportunidade de reconhecer as próprias raízes – aquelas raízes que, para sempre, ligam o homem à Terra onde nasceu.
Concluindo, tanto o texto de Lem como as imagens de Tarkovski possibilitam uma leitura de feitio junguiano, pois a temática central trata das limitações da cognição e sua inter-relação com o desenvolvimento da personalidade, fazendo referência ao inefável da experiência humana e à sua dimensão espiritual. Dessa forma, o conceito de si-mesmo – enquanto centro da personalidade e abarcando os seus aspectos conscientes e inconscientes – nos permitiria compreender a metáfora do oceano, pois, como vivência transcendente e ponto culminante do processo de individuação, ele não pode ser adequadamente descrito em palavras e o contato com o ego está obstaculizado pelos complexos, tal como o oceano é representado na narrativa.7
É através do autoconhecimento, isto é, do desenvolvimento da personalidade no processo de individuação, que esses complexos do inconsciente pessoal são dissolvidos, abrindo caminho para o reconhecimento da espiritualidade humana e da sua inserção última no cosmos atemporal que subsiste em cada sujeito.
Sem autoconhecimento, todo saber pode tornar-se deletério. Não compreenderemos de fato, algo "fora" de nós, que não esteja em relação ao nosso ser, à nossa própria dimensão íntima. Assim, postulada a impossibilidade de serem eliminadas as "considerações antropocêntricas" na Ciência, Solaris só pode ser efetivamente compreendido inserindo-se na vivência de quem o tenta compreender.

Baseado no texto de Rafael Raffaelli
Doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Endereço para correspondência: Rua Aracuã, 351, Pantanal, Florianópolis, SC.CEP 88040-310. Tel/Fax: (48) 233-3247.
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Universidade Federal de Santa Catarina

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